sexta-feira, 2 de setembro de 2011

* A FESTA NO CÉU

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 Infantil - Adaptação do conto infantil de Welington Almeida Pinto
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Atos: 1 ( aproxidamente 35 minutos )
Aplicação: sala de aula.
Participantes: 13 alunos
Personagens: Sapo
Garça
Narrador
Urubu
Outros


Cenário (Sugestões): Painéis que retratam a Natureza, cartazes anunciando Festa no Céu. (Vale a criatividade da classe). A primeira cena abre com um menino fantasiado de Sapo, observando um cartaz e cantando: Coac! Coac! Breq-qué-quep!
Depois, entra em cena a Garça.

Sapo - Dona Garça, por onde passei, vi estes cartazes. E as Aves no maior capricho com as penas. O que deu na passarada para tanto arranjo?
Garça – Justo o que está lendo nos cartazes? Vamos todas para uma Festa no Céu.
Sapo - Então, esse é o motivo dessa passarinhagem toda!
Garça - Não vale sacrifício?

(O Sapo faz cara de ciúmes)

Sapo - Sim, claro
Garça - Engraçadinho, se outro tipo de bicho pudesse ir, levaria Você a tiracolo.
Sapo - Não se acanhe, Dona Garça, caso tenha vontade de ir, darei jeito.

(Garça sai. Sapo fica pensativo, como se bolando planos para ir à Festa no Céu).

Sapo - Quem quer, vai. Deus há de iluminar meu caminho!...

Narrador - Sapo viajar para o céu? Mas como? Voar!... Impossível. Pular!... Isso ele sabe fazer, e bem. Mas, jamais alcançaria o céu com pulinhos de nada!

Sapo – Vou de carona.

Narrador - Com quem? Tem de ser ave grande e forte e que não engole sapos. Gavião, nem pensar. Ah!... Este bichinho tem de meditar muito para encontrar boa condução.

Sapo - O Urubu!... Meu Deus! O bicho voa alto, é forte e não devora Sapo... Pelo menos vivo, penso eu.

(Sapo corre de um lado para outro no palco. Entra o Urubu como quem não quer nada).

Sapo - Boa tarde, Mestre Urubu. Com toda essa elegância, imagino já preparado para a grande Festa no Céu.

(Urubu olha o mal-inclinado de cima a baixo)

Urubu - Hum!... Claro que sim, Anfíbio!

(Sapo cochicha para a platéia: - Pela arrogância do pássaro negro não devo tocar no assunto da carona: – a pressa azanga o negócio. E volta o rosto para o Urubu)

Sapo - Tão belo assim, vestido com tão elegante casaca preta, deve ser mestre tocador de viola! Imagino ser o artista que vai animar a grande Festa no Céu, não é?

(Urubu solta uma gargalhada, com ar de dono do mundo)

Urubu - Não espere convidar Sapo para festa de Aves! Nem pensar!... Nem para fazer segunda voz.
Sapo - Veja lá, um sapinho humilde, voz de taquara rachada, cantar para tão nobres convidadas!... Imagine!... Artistas são as aves! ...
Urubu – Fique sabendo: não tocarei de graça. Cobro cachê, e alto. Das aves sou a única que domina uma viola!

(Urubu faz pausa )

Urubu – Pensando bem, poderia ir ao baile, assim me verá tocar de graça.
Sapo - Uai!... Pode ser? Dizem: quem tem padrinho cristão, não morre pagão. Se entender que devo ir ao baile no Céu, preciso adiantar o vôo: o trecho é longo.

(Urubu faz bocejo de pouco caso)

Urubu - Sapo-Voador! ... Até lá! Tchauzinho, saltite pela sombra!

(Urubu sai do palco correndo, fingindo que está voando)

Sapo - Até mais ver, Seu Urubu! Já sei como pegar minha carona.

(Sapo sai. Entra Urubu com viola na mão. Corre em torno do palco, braços abertos, imitando vôo. Música. Entra outros personagens fantasiados de pássaros, na maior algazarra)

Seriema - Chegou na horinha, Seu Urubu!
Canário - Fez boa viagem?

(O Urubu encosta o instrumento na parede do fundo do palco. Entra o sapo e fica acocorado ao lado da viola, quietinho).

Urubu – Sim, ótima viagem, apesar de sentir a viola mais pesada.

(Sapo, ao ouvir o comentário do Músico, treme as pernas. Os personagens passeiam alegres pelo palco. Urubu pega a viola e imita um cantor. Música com ritmo, de acordo com a classe. Todo mundo começa a dançar. O Sapo entra no meio deles. Rebuliço entre os dançarinos. A música pára de repente)

Pomba-Rola - Oh!... Oh!...
Sabiá - Um sapo divertindo-se numa festa só para aves!
Azulão - Tem cabimento, um bicho feio desse, gosmento, no meio da gente! Dá até asco!
Pintassilgo - Quê bicho! Olhos saltados, aguados! Que papo mais inchado! Que boca imensa!
Gavião - Senhor Sapo, com todo respeito, queremos explicação!
Bem-Te-Vi - Criatura asquerosa!... Pernas tortas, gordo e verde.
Maritaca - Cara-de-pau! Intrometido! Acha que somos uma cambada de bobos?

(Contente, o Sapo nem ligava para xingamentos. Mesmo sem música, pinoteava formidável salto no ar e coaxava ... coaxava ...)

Águia - Intruso!... Penetra!... Seu lugar é no brejo
Papagaio - Vamos expulsar isso daqui. Assim, no ermo do espaço, desintegrará no ar e, nem isquinha de nada, cairá na Terra.
Garça - Com que passaporte e, com visto de quem, o senhor entrou nesta nossa Festa?

(Indiferente, o Sapo se divertia, desafiando o perigo)

Gaivota - Cruzes!... Bichinho nojento! Aturar isso aqui, nem pensar! Se quiséssemos outra espécie de bichos, teríamos espalhado convites pela floresta. Sapo... Ah!... É um abuso!
Gavião - Bicho atrevido! Gostaria de destrinchar esse pançudo, jogar pimentinha em cima e degustá-lo aqui mesmo.
Tico-Tico - Espertinho, se manca!
Urubu - Pára ou vamos fazer isso à força, na marra.

(Sapo fica quieto de frente para o Urubu, muito sério e nervoso. Coloca-se entre eles o Canarinho)

Canário - Gente, vamos parar com esse trololó! Não defendo o mequetrefe aqui, mas estamos no Céu é para divertir e não criar encrencas. Já que o sapo veio, sabemos lá como, aqui fique e se divirta. Peço ao compadre Urubu que considere o pedido e, para o bem de todos e felicidade geral da nação alada, continue a música. Velho ditado diz: quem canta os males espanta.

(Ti-ti-ti entre as Aves. Cochichos no pé do ouvido. A música recomeça. E o Sapo, empolgado, posta-se diante do urubu, fazendo mil caretinhas. O músico finge nada ver. Depois de um tempo pára a música e anuncia )

Urubu - Aves do reino, conforme o programa, vamos ter um tempinho de fogos de artifício para selar a noite com gala. Olhem para cima, que daqui, mais belo será o espetáculo.

(Som de foguetes pipocando, jogo de luzes, todos os atores, olhando para cima. O Sapo sai de cena. Pára os foguetes. Todos cantam)

Todos - Está chegando a hora, quem parte leva saudade de alguém...

(Fim da festa. Todos saem do palco. Urubu pega a viola e corre em torno do palco, fingindo voar. Entra rápido um menino fantasiado de avião. E tromba no urubu, que cai e deixa a viola no chão)

Aviador - Urubu malcriado, vê se enxerga, azarento! Não sabe respeitar as leis de trânsito no espaço aéreo. Seu barbeiro! Vou denunciar Você no Ministério da Aeronáutica!
Urubu – Com mil perdões.

(Sapo aparece, cambaleando. Urubu faz cara de surpresa e avança batendo com a viola nas costas do Sapo que sai correndo pelo palco)

Urubu - Ah!... Espertinho, divertindo-se às minhas custas! A viola não é condução nem sou piloto de sapo caroneiro. Agora, reze ou chame por uma fada madrinha, pedindo um par de asas. Fora!... Fora!.... Quem planta vento, colhe tempestade.
Sapo - Cruz credo!... Meu Deus, me acode!

(Todos recitam a estrofe, enquanto o Urubu corre atrás do Sapo)

Bléu...Bléu...Bléu
Desta vez se escapar
Nunca mais vou a festa no céu.

Pedrinhas do meu coração,
Saiam da frente, preciso cair no fofo.
Se vivo continuar, a Deus peço perdão,
E prometo: só na Lagoa faço alvoroço.

(Os atores deixam o palco. Música. Sapo entra sozinho, se admirando com um espelho na mão)

- Ufa! Ainda não foi desta vez, graças a Deus. Agora, só vou a festa se convidado. Nada de xeretagem!... Cada sapo no seu brejo.

Todos voltam ao palco dançando e cantando: Coac! Coac! Breq-qué-quep!



* Importante: melhor o aluno assistir o espetáculo acompanhando a linguagem do livro como atividade pedagógica

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